13 maio 2009

O Sofrimento e os Animais: Trecho de entrevista com Chico Xavier, O Espírita Mineiro, Brasil

    (Texto enviado por Ivan Franzolim, Brasil, nas suas palavras: Segue uma entrevista sobre o assunto com Francisco Cândido Xavier, médium de respeito cuja fala merece nosso estudo, investigação e reflexão, principalmente neste tema pouco discutido e ainda muito mal compreendido na Doutrina Espírita).

Entrevista com Francisco Cândido Xavier
Jornal O Espírita Mineiro de junho 1991

        Como devemos encarar a questão da existência de deformidade congênita nos animais, a cegueira, se eles não tem o livre arbítrio?
        Chico Xavier:  Nossos benfeitores espirituais nos esclarecem que é preciso que todos nós consideremos que os animais diversos, a nos rodearem a existência de seres humanos em evolução no Planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmos o próprio princípio inteligente. Se nós, seres humanos já alcançamos os domínios da inteligência, desenvolvendo agora as potências intuitivas, eles, os animais, estão aperfeiçoando paulatinamente seus instintos na busca da inteligência. Da mesma maneira que nós humanos aspiramos alcançar algum dia a angelitude na Vida Maior, personificada em Nosso Mestre e Senhor Jesus, eles, os animais, aspiram ser no futuro distante homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e mais experimentados dos animais. Ora, nós já sabemos que a Lei Divina institui a Solidariedade entre os seres, e por isso, podemos facilmente concluir que a nós, seres humanos, Deus outorgou a condução e a proteção de nossos irmãos mais novos, os animais.
        E o que é que nós estamos fazendo com esta responsabilidade santa de proteger e guiar o reino animal? Como é que esta humanidade terrestre tem agido em relação aos animais nos inúmeros séculos da nossa história?
        Chico Xavier: Por ventura nós, os homens, não temos nos convertido em algozes impiedosos dos animais ao invés de seus protetores fiéis? Quem ignora que a vaca sofre imensamente a caminho do matadouro? Quem desconhece que minutos antes do golpe fatal, os bovinos derramam lágrimas de angústia? Não temos treinado determinadas raças de cães exaustivamente para o morticínio e o ataque? Que dizermos das caçadas impiedosas de aves e animais silvestres, unicamente por prazer esportivo? Que dizermos das
devastações inconseqüentes ao meio ambiente? Tudo isso se resume em graves responsabilidades para os seres humanos! A angústia, o medo e o ódio que provocamos nos animais lhes altera o equilíbrio natural de seus princípios espirituais, determinando ajustamento em posteriores existências, a se configurarem por deformidade congênitas. A responsabilidade maior recairá sempre nos desvios de nós mesmos, os seres humanos, que não soubemos guiar os animais à senda do Amor e do Progresso, segundo a vontade de Deus.
        Agora vejamos, se determinado cão é treinado para o ataque e a morte com requintes de crueldade, se ele é programado para o mal, pode ocorrer que em determinado momento de superexcitação, esse mesmo cão treinado para atacar os estranhos, ataque as crianças de sua própria casa ou os próprios donos. Aí teremos um desajuste induzido pela irresponsabilidade humana. Ora, esse mesmo cão aspira crescer espiritualmente para a Inteligência e o Livre-arbítrio. Mas, para isso ele precisará experimentar o sofrimento que lhe reajuste o campo emotivo, apreendendo a pouco e pouco a Lei de Ação e Reação. Assim, ele provavelmente renascerá com sérias inibições congênitas. A responsabilidade de tudo isso, no entanto, dever-se-á a maldade humana.

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