28 abril 2011

Diga NÃO ao abandono.

DOA-SE
* Criança clara, olhos azuis, se porta bem a mesa, vai bem nos estudos. Dócil com humanos e animais. Motivo da doação: Comprei uma geladeira nova e não terá mais espaço para ela. Caso não arrume adotante, será entregue a algum abrigo, já tentei de tudo.
* Criança especial, míope. Dá muito trabalho e não tenho tempo de cuidar. Soltarei nas ruas caso não a doe até sábado.
* Senhor idoso, diabético. Os gastos são muito altos e como estou desempregada, não posso custear o tratamento. Precisa de cuidados. Mudarei de casa também, para um local pequeno, não terei espaço e saco para cuidar de um velho. Urgente.
* Adolescente mal criado e rebelde. Faz sua bagunça pela casa toda, tenho que ficar pegando as coisas, fala alto, não me obedece. Estou louca com isso. Não sei mais o que fazer. Vou entregá-lo a própria sorte.
* Vi num anúncio que vocês cuidam de abandonados. Estarei levando uma adulta a vocês hoje, é minha mãe. Como estou de casamento marcado, não quero incômodos. Ela lava, passa e cozinha.
*Duas crianças: uma de 5 e outra de 1 ano, pois adotarei um cão e ele é alérgico a crianças. Além do mais, sairei de férias e não saberia onde deixá-los...
Surpreso? A cada dia, dezenas de anúncios similares são publicados no caminho inverso e as pessoas poucas vezes ficam surpresas.
Li o recado acima nas redes sociais e me dou conta de que é verdade.
Se você procurar no google vai perceber que a moda hoje é abandonar, dar ou matar, os cães das mais variadas raças por todos os milhares de motivos bizarros.
Há duas semanas atrás vi um anuncio de uma poodle, de 8 anos, que estava sendo doada porque a dona pretende casar e não pode levá-la para a casa nova. Outro anúncio de uma mulher dizia que ela precisava dar seu cachorro porque comprou um apartamento e não cabia ele.
Semana passada chega o anuncio de outra poodle sendo doada porque uma criança de 5 anos, que fica abraçando ela o dia inteiro, tem alergia.
Essa semana uma moça bate a minha porta querendo me dar, dar não empurrar porta adentro, um poodle de 1 ano porque ela vai se mudar para um sítio e não pode levá-lo. eu não aceitei e ela está sem falar comigo.
Respondi, também essa semana, uma pergunta no Yahoo respostas, de uma senhora que tem uma cadela que misteriosamente ficou cega. Ela perguntava o que nós aconselharíamos ela a fazer com a cadela, eutanasiar para estudos ou aguentá-la, já que a mesma derrubava a água, não encontrava o jornal do xixi e esbarrava nos móveis.
Perguntei a ela de volta: o que você espera que nós façamos com você na mesma situação? Eutanasiamos? e respondi: Acredito que se deva fazer uma melhor configuração dos móveis e comedouros a fim de que a cadela viva com mais independência.
E eu pergunto a você:
Você quer ser abandonado? Trocado por um bem material? Jogado na rua? Eutanasiado?
E faço uma reflexão sobre outra coisa para a qual não tenho resposta: por que as pessoas quando planejam a vida futura (casamento, mudança, separação, filhos, emprego, viagem, morte) nunca incluem os animais de estimação? O que são os animais de estimação se não são de nossa estima? A palavra ESTIMA significa: apreço, consideração, afeição, amizade.
Por que mesmo tentando fazer as pessoas felizes por 8 ou 10 anos um cachorro ainda corre o risco de ser abandonado? Por que mesmo sabendo que os cães sofrem com abatimento, depressão, não sabem andar nas ruas e vão morrer de fome as pessoas ainda abandonam?
Não tenho resposta para tais perguntas porque tenho um primo chamado IG, de 14 anos, da raça bichon frisé, que é cego, tem problema na próstata, faz xixi com ajuda de diuréticos, tem problema de coração e é alérgico a certos tipos de ração e nunca deixamos de amá-lo e em nenhum momento pensamos em eutanasiá-lo. Faz parte de nossa família e está conosco após separação, mudança de apartamento, mudança de emprego, viagens, nascimentos e mortes.
Ele é muito bem tratado e respeitado em suas particularidades e ai daquele que diga para a mãe dele que o mesmo não merece tal respeito.
Com certeza se IG pudesse ler o meu texto, e pudesse falar, ele diria:
DIGA NÃO AO ABANDONO!

Um comentário:

  1. Lendo vc falar de Ig, n pude deixar de fazer a correlação com meu filho, Tomtom...
    Mesmo com todos os problemas e despesas (só esse mês passado foram mais de 2 mil reais em medicos, exames e remedios), não consigo me ver sem ele...
    Se ele esteve sempre do meu lado qndo precisei, pq n estaria do lado dele qndo ele precisa?
    A felicidade dele qndo voltei de viagem após 6 meses e ele viu q eu não o havia abandonado com minha mãe foi algo mágico...

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